Distância: dezoito quilômetros – ou mais.
Trajeto: Poços de Caldas para Águas da Prata, serra abaixo.
Sobre trilhos de trem.
O motivo, simples, a aventura.
Conhecer lugares novos já é um bom motivo para sair da cama
em um domingão. Afinal de contas, o espirito aventureiro está em todos nós,
vale a pena deixa-lo aflorar de vez em quando.
Quando começamos o trajeto, o objetivo do meu companheiro de
caminhada, Marcio Pinto, era simples, uma foto de trabalho bacana. Mas a coisa
não é tão simples assim. Como ele mesmo disse: muitas vezes saímos, vamos para
um lugar muito bacana, fazer a foto de trabalho perfeita, mas não conseguimos
uma foto boa.
Sorte que o lugar ajudou bastante.
Nessa aventura, não foi bem assim. O clique perfeito pode
não ter saído, como sai para os mais experientes. Para mim, muitas fotos
legais, que deixa esse texto mais interessante, para sorte de você, leitor.
Cruzamos uma boa parte onde havia apenas mato, até chegar ao
início dos trilhos, usados por empresas de minério para escoar a bauxita
extraída na região. Os trens que saem de Poços de Caldas chegam até o porto de
Santos, onde o produto é exportado para ser processado e transformado em
alumínio.
O caminho sobre trilhos é muito bacana, mas dói muito. De
verdade. Os dormentes dos trilhos, aquela madeira que atravessa de um trilho no
outro, não têm a mesma distância nem o mesmo formato, além de ter muitas pedras
pelo caminho, isso castiga muito os pés. Mas como diz um velho ditado
norte-americano “no pain, no gain”, quer dizer ao pé da letra “sem dor, sem
ganho”. Ou melhor, sem dor não há vitória. Vitória que conquistamos com muitas
imagens legais que você curtiu aqui.
Passamos por muitos lugares interessantes. Antes de uma
pequena ponte, que cruza um córrego, encontramos uma casa, na beira dos
trilhos. O que redeu uma foto muito bacana e nos deixou imaginando como deve
ser morar ao lado de uma estrada de ferro.
E por falar em ponte. Passamos por muitas pontes, o que
marcou muito nossa viagem. Duas delas eram muito altas. A menor das duas,
arriscamos uma decida pela lateral dela. O acesso não estava tão difícil, então
descemos para fazer algumas fotos. Ficou bem legal.
A outra ponte, a mais alta delas, é visualmente maravilhosa.
Os pilares de sustentação lembram construções antigas que sustentam
aproximadamente cem metros de trilhos elevados a pelo menos 50 metros de
altura. Na hora de atravessar, muita adrenalina, afinal, diferente das outras
pontes e de boa parte do caminho, os dormentes ficavam a uma distância maior
uns dos outros. Qualquer deslize, poderia ser uma queda e tanto. Então, muito
cuidado na hora de atravessar essa ponte. Mas confesso que foi um dos momentos
mais emocionantes.
Outro momento extremamente emocionante foi quando nos
deparamos com um túnel. Ali, de fora daquele buraco escavado na montanha, o
medo e a adrenalina tomou todo o corpo, mas a vontade de chegar ao outro lado e
ao final da caminhada era mais forte do que o medo. Outra coisa, depois de ter
chegado até ali, aproximadamente 10 km de caminhada, sem chance de voltar para
trás.
Mas o medo foi atoa, coisa do desconhecido. O túnel tem uma
curva e apenas 50 metros. Assim que entramos na garganta da besta, alguns
passos e já podíamos enxergar a luz refletida nos trilhos à diante, logo na
curva. Ver o fim do túnel foi um alívio, além de ser um ponto ótimo para
fotografar.
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